Life Changes - porque são tão difíceis?

A mudança, seja ela qual for, é efetivamente a alteração que mais difícil é para nós seres humanos de aceitar e integrar com sucesso nas nossas vidas, no nosso dia-a-dia. Falo por mim e creio que pela maioria de nós. Há exceções? Sim! claro que sim! Tenho bem perto de mim uma amiga que as consegue num abrir e fechar de olhos... ah, como te admiro N. e à tua determinação e perseverança, contudo eu, mera mortal inundada de "vícios" e rotinas de à décadas ainda não o consegui.
Dou por mim a pensar, qual será o segredo?
Sou objetiva?
Sim!
Determinada?
Sim!
Tenho foco?
Sim!... Pelo menos nos primeiros 3 dias... depois, volta a instalar-se a rotina enraízada, a procrastinação emocional e vivencial que me tolda os dias... Depois, no Grande Circulo da Mudança, começa a fase da justificação mental para o já notório desvio do objetivo a que me propus... - Esta semana tenho tido um acréscimo ridículo da quantidade de tarefas que tenho de realizar no meu trabalho... Chego a casa e... caramba! Tenho de entrar em modo de mãe: trabalhos de casa (em época de escola), banhos, jantar, preparar as coisas para o dia seguinte, as minhas, as dela, tratar da gata, regar as flores, pagar as contas da semana.... bolas! Já passa da hora da miúda ir dormir... aarrggg... vamos lá princesa, lavar os dentes, contar a história pequenina hoje porque já passa da hora, e... e agora dormir! - Vá lá princesa, tem de ser, amanhã temos de acordar cedinho.

Para ser verdadeira acabei de tropeçar no rascunho deste artigo que comecei a escrever à quase um ano. Assim, aproveitei para fazer uma introspeção e analisar o ultimo ano. Arregacei as mangas e tentei lembrar-me do que estava a pensar, a sentir ou a fase da minha vida que estava a passar que me levou a inspirar para começar a escrever este post e, cheguei à maravilhosa conclusão que, quando escrevi este texto em setembro de 2019, tinha acabado de ser informada pela minha médica de que a minha saúde estaria novamente fragilizada. Aqui estava, o motor impulsionador à minha mudança naquela época e, o motor impulsionador de todas as minhas tentativas de mudança ao longo da minha vida. Tento mudar quando há algo nela que não está bem. Tento mudar quando há algo em mim que foi criticado. Tento mudar quando penso que para ser mais saudável, mais feliz, mais próspera tenho que fazer as coisas de forma diferente... Aqui está o meu erro, o meu eterno e derradeiro erro: TENTAR MUDAR PARA RESPONDER ÀS EXPECTATIVAS DOS OUTROS!

O ano que nos precede foi deveras desafiante. Do nada, vi-me perante a inexistência do todo. Perdi a minha fonte de rendimento, muito ou pouco era algum, perdi o meu chão pela segunda vez em termos de suporte emocional e de identificação com uma figura parental, vi-me perante o desespero de querer ter um prato de comida para colocar na mesa para a minha filha e; e ter de racionar a refeição que ia buscar para ela, de modo a dar para duas refeições diárias para ela e, o que sobrasse, para mim... E a tua família, perguntam...? a família, à semelhança do que vem sucedendo a muitos milhares de pessoas desde que surgiu esta pandemia de proporções mundiais, tem vindo a tentar manter-se à tona. Apoiamo-nos da melhor forma que sabemos, mas, numa sociedade democraticamente depende da faceta monetária, manter à tona tem sido, nos dias que correm, ressuscitar dia sim dia não quando mergulhados na essência das obrigações financeiras a que estamos sempre sujeitos.
Não sou daquelas que sinto que a obrigação é do estado, que o estado que elegemos é obrigado a cumprir-nos com os bens básicos à sobrevivência, mas... estando, ou tendo estado na situação que estive, senti-me terrivelmente injustiçada. Sou alguém que sempre abdicou do seu bem estar em prole dos outros e, no momento em que mais precisei, esses outros, que agora estão bem, que agora não precisam... Esses outros bateram-me a porta no rosto.

Tais ações deixaram-me envolta num mar de revolta, de tristeza de auto comiseração. E estes meus caros, garanto-vos que são dos mais devastadores e aniquiladores sentimentos que podemos ter acerca de nós mesmos!


Depois de muitas semanas de desespero, de tentar correr atrás de explicações, de justificações para o que me estava a suceder, tropecei em estudos meus de outrora, em apontamentos do ser ser que outrora fui, muito distante de quem naquele momento estava a ser. À semelhança do que hoje senti , quando encontrei este rascunho que agora termino, não me parecia estar a ler, estar a reconhecer a pessoa que tinha escrito aquelas palavras, que vivia aquela realidade... 
Quem sou eu? Quem Fui eu?
Depois destas surgiram outras dúvidas... Porquê eu? porquê a mim?



Porque estou agora neste artigo a falar sobre isto? é simples... As mudanças que a vida nos trás, nos apresenta, nos deposita, são as mais difíceis de aceitar, as mudanças que tentamos fazer pelos outros, para dar respostas às necessidades dos outros, são as mais difíceis, senão, na minha perspetiva, as impossíveis de aceitar, integrar e aplicar. Porquê?

A resposta é simples.
Porque não és tu! Porque não é a tua essência! Porque não são verdadeiras!

Introspeção breve (muito breve, pelo menos por aqui...), feita e agora o sumo, o nectar dos néctares que me levou a sentar e a resgatar este projeto que tantos anos já vem tendo , mesmo que tracejado de inconstância, de permanência de solidez....  Quem sou eu agora? e porquê agora?
O que mudou? O que me fez mudar? O que me faz permanecer na mudança?

Não! De repente não fiquei perfeita fisicamente como desejava. Não fiquei estável financeiramente ou sequer a minha saúde, aos olhos da medicina convencional do ocidente ficou perfeita. Pelo contrário, de acordo com os meus últimos exames médicos estou mais para lá do que para cá..ahahah... Não vou morrer... não agora pelo menos, um dia, já todos conhecemos, desde que nascemos a inevitabilidade do rumo que terá esta nossa forma física de existência neste plano.
Então, podem vocês perguntar... O que mudou?
Eu!
A resposta é eu mudei, eu estou a mudar, eu sou a mudança.
Num ápice, sem procurar, sem querer, encontrei-me, reencontrei-me, estou a reencontrar-me. A minha essência, a minha verdadeira natureza. Estou enamorada de mim!
E o que foi preciso?
Nada. Nada e Tudo. Confuso? Não! a verdadeira natureza de mim está e sempre esteve em mim, apenas tive que me olhar, sem formas de julgamento, sem penalizações, sem julgamentos.

Não julguem que isto é fácil pois não o é!
Sinto-me abençoada porque no meu caso, o que tive que fazer foi regressar a mim, regressar a casa. Fui abençoada, pois ao longo do meu desenvolvimento fui sendo aluna de grandes mestres, de seres muito iluminados, que me foram transmitindo toda a sua sabedoria. Carrego em mim, rios de saber, montanhas de conhecimento, e agora, finalmente, posso colocar em prática. diariamente proponho-me a caminhar pelos trilhos daquilo que outrora escondi na minha mente e que não soube aproveitar, não quis colocar em prática, que tive vergonha de mostrar, de dizer ou mostrar que sabia, com medo. Medo de julgamentos, medo de comentários, medo de castrações por parte daqueles que já chamei um dia de amigos.
Amigos que apenas me julgaram, me apontaram o dedo e que eu, apesar de saber, de sentir que não era assim, que não devia deixar rebaixarem-me, fazerem-me sentir uma inútil, fui permitindo.
A cada permissão eu ia desaparecendo. Ao longo do tempo eu desapareci!
Hoje consigo assumir e reconhecer isto, mas não é fácil.
Ainda temo o julgamento, ainda temo falhar, ainda temo não ter aquilo que preciso para sobreviver por, simplesmente ser quem sou.  

Podia aqui falar-te da pirâmide das necessidades básicas à sobrevivência tão amplamente divulgada por Maslow, sugerir-te 3 dicas infalíveis para conseguires com sucesso implementar uma mudança na tua vida. Mas, a minha experiência e sobeja humildade diz-me que, se fores um pouco que seja parecida comigo, tudo isso irá falhar, pois apenas estarás a tentar criar para os outros.

As mudanças são difíceis porque exigem que seja verdadeira contigo, que te olhe no espelho e te reconheças, te aceites, te ames, te perdoes, te honres, exatamente como és!

Ama-te! Aceita-te! Reconhece-te! Escolhe-te e às tuas escolhas verdadeiras e assim terás sucesso naquilo a que te propões.

Neste momento escrevo-te de um lugar maravilhoso, um lugar onde à seis meses atras pensei ser impossível tão cedo na minha vida vir a estar, mas aqui estou eu, prestes a celebrar mais um retorno solar e em plena viagem de regresso a casa, de Regresso a Mim!

Se me quiseres acompanhar nesta viagem terei muito gosto em partilhar contigo estes meus desafios, as minhas angústias, o meu processo de crescimento de mim para comigo. 

Convido-te que, ao leres este texto partilhes comigo a tua experiencia, o que sentes que te bloqueia, de que modo eu e as minhas experiencias te podemos ajudar.

Convido-te a fazer parte duma comunidade que criei sem que me desse pessoalmente a conhecer, pois na altura, sentia que não era merecedora de reconhecimento, convido-te a explorar este blogue, que criei com muito amor e que é tão amplo como eu sou, pois não me permito ou permitirei jamais diminuir por aquilo que acho que deve ser. Apenas me proponho a ser Eu e a ser verdadeira. Falo-te de um lugar de amor, de um lugar de verdade, de um lugar de partilha.


Conta Comigo! Estou aqui para ti, e por Todos nós que percorremos este caminho.

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